"Não Ter Onde Morar"

Por Fábio Henrique Silva dos Anjos (*)

"Eu moro em São Paulo
Bairro do Jaçanã
Eternizado por Adoniran.
Confusão na vila
Nunca vi uma coisa daquela!
Em questão de instantes acabou a favela.
Muitos barracos no chão
É hora da desapropriação.
Cada tábua que caía, doía meu coração.
E a população?
Ficou sem eira, nem beira, nem chão.
Houve até manifestação!
Sem ter onde morar
Fiquei sem lar.
A favela era o meu lugar.
Agora só resta a mudança
Acreditar na esperança
Ainda sou uma criança
E espero a bonança.
Palavras do poeta inspiram lembranças.
Saudosa maloca, maloca querida.
Lá na terra "nóis passemo"
"Dias feliz" da nossa vida.
Quero um mundo melhor
E sair dessa pior.
Já são onze horas, não posso perder o trem
Que já vem... Que já vem... Que já vem..."
(*) Aluno da EMEF Frei Antônio de Sant'Ana Galvão, 1º colocado na 2ª Olimpíada de Língua Portuguesa "Escrevendo o Futuro" - categoria poema, evento promovido pelo Ministério da Educação, Fundação Itaú Social e Centro de Estudo e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)

Mais informações sobre o tema, clique aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Penha de França: o bairro mais antigo

Cidade Compacta - o que é isso?

SP 2040, Visão e Plano de Longo Prazo para Sampa