Em defesa de nossa História
Sampa é cheia de histórias e muitas delas podem ser
conhecidas por meio de suas construções. A cidade cresce, se desenvolve e pode
perder, nesse processo, muito de suas características culturais.
Para isso, há órgãos estatais que trabalham para manter esse patrimônio da cidade, por meio de um procedimento administrativo conhecido como “tombamento”.
Para isso, há órgãos estatais que trabalham para manter esse patrimônio da cidade, por meio de um procedimento administrativo conhecido como “tombamento”.
Um imóvel tombado deve ser preservado e manter suas
características originais dado aos valores acima descritos.
Mercado Municipal
Pois bem, recentemente uma nova medida legal definiu
prazo para que os processos de tombamento muito antigos fossem finalizados ou
seriam arquivados.
O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio
Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP agilizou seus
trabalhos e, entre abril de 2016 e março de 2018, protegeu cerca de 850 bens na
Capital.
Palácio das Indústrias
Para realizar esse trabalho, o CONPRESP contou com a cooperação de universidades como o Mackenzie, a FMU e a Escola da Cidade, que realizaram a pesquisa dos bens com poucas referências bibliográficas ou que necessitavam de visitas de campo para uma melhor análise.
Após esse levantamento, os processos foram
submetidos ao Conselho e foram aprovados em decisões em sua maioria unânimes.
Parque da Juventude - Complexo Carandiru
Para se ter uma ideia, todo esse trabalho resultou num aumento de 47% nos imóveis protegidos em São Paulo que, até 2015 possuía 1.176 bens tombados (a cidade do Rio de Janeiro possui pouco mais de 350 bens e Porto Alegre, 70).
Ponte das Bandeiras
Dentre
os processos que aguardavam análise estavam a Ponte das Bandeiras (desde o ano
2000) e o Complexo Carandiru (desde 1997).
Alguns dos bens aprovados:
Creche Marina Crespi - Mooca (zona leste)
Creche Marina Crespi - Mooca (zona leste)
O
imóvel é considerado um "importante registro das transformações
modernizações da arquitetura paulistana". Com projeto do arquiteto
italiano Giovanni Bianchi, a creche foi construída para atender filhos de
operários da região, onde ficavam edifícios fabris da família do industrial
Rodolfo Crespi (como os já tombados Cotonifício Crespi e o estádio de futebol
Rodolfo Crespi, que sedia jogos do Clube Atlético Juventus).
Predinhos da Hípica - Pinheiros (zona oeste)
Reúne
edifícios de baixa estatura construídos na década de 50 pelo imigrante libanês
Raduan Dabus no quadrilátero formado pela Avenida Teodoro Sampaio e as Ruas
Arthur de Azevedo, Pedroso de Moraes e Mourato Coelho. Os imóveis foram criados
sobre o antigo terreno da Sociedade Hípica Paulista.
Status: em bom estado de
conservação e sede de diversos pequenos comércios da região.
Piscina coberta Adhemar de Barros - Água Branca (zona oeste)
Piscina coberta Adhemar de Barros - Água Branca (zona oeste)
O
espaço está localizado dentro do Complexo Esportivo Baby Barioni, pertencente
ao Estado de São Paulo. Construído entre 1950 e 1952, é um expoente da
arquitetura modernista, com projeto do arquiteto (e ex-atleta olímpico) Ícaro
de Castro Mello - também responsável pelo Ginásio do Ibirapuera e o Sesc
Itaquera, dentre outros. Em seu estudo de tombamento, é ressaltado a volumetria
do imóvel, que é formado por 15 arcos parabólicos de diferentes tamanhos, que
resultaram em um teto curvo.
Status: fechado para restauração.
Status: fechado para restauração.
Conjunto de casas da rua Barão de Jaguara - Mooca (zona leste)
O
tombamento influi sobre sobrados geminados criados pelo arquiteto modernista
Gregori Warchavchik, conhecido especialmente pela Casa Modernista. De 1929, o
conjunto foi tombado no mesmo processo do Edifício Mina Klabin Warchavchik, no
Campos Elíseos, e o Salão de Festas do Esporte Clube Pinheiros, no Jardim
Europa.
Estádio Cícero Pompeu de Toledo - Morumbi (zona sul)
Inaugurado
em 1970, o estádio do São Paulo foi tombado em conjunto com outros oito
projetos do arquiteto modernista Vilanova Artigas (famoso especialmente pelo
Edifício Louveira e pela sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP).
O projeto original é de 1953.
Status: em funcionamento.
Status: em funcionamento.
Como funciona
Para
se tornar patrimônio, um bem precisa ter o pedido de tombamento aprovado pelo CONPRESP,
que é formado por representantes do poder público e de entidades como Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). O
Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), da Secretaria de Cultura, é
responsável por fazer o estudo que será analisado pelo Conpresp. Em geral, a
maioria dos pedidos parte do poder público, mas há solicitações de proprietários
privados.
--> Fonte: O Estado de S.Paulo
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