Beco do Pinto

Há pouco mais de um ano, passava pela rua Roberto Simonsen diariamente indo ao trabalho na rua Boa Vista. A imagem de um portão me chamava a atenção, mas não tinha ideia do que era ou do que representava. Descobri tempos depois tratar-se do Beco do Pinto.


Beco do Pinto, ou Beco do Colégio, foi construído como uma servidão de passagem entre a antiga rua do Carmo (atual rua Roberto Simonsen, região da Sé) e a várzea do rio Tamanduateí, ligando a parte alta da cidade à parte baixa. Por estar numa região de declive acentuado, o beco configura-se por uma escadaria de granito, que alterna lances planos revestidos de pedras portuguesas.



Está limitado pelo Solar da Marquesa de Santos e a Casa Número Um (atual Casa da Imagem, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura) e recebeu esse nome por conta do proprietário do imóvel Brigadeiro José Joaquim Pinto de Moraes Leme.


O Brigadeiro, em 1821, travou uma batalha com a Câmara Municipal porque fechou a passagem com um portão e construiu um muro. Ele pretendeu evitar o acúmulo de lixo despejado pelas pessoas que ali transitavam para acessar o comércio ou para buscar água na parte baixa da cidade.
Por se tratar de uma servidão pública, em 1826 a Câmara Municipal a reabriu e demoliu o muro construído pelo Brigadeiro Pinto, denominando a passagem oficialmente como Beco do Colégio.


Em 1834, o imóvel foi adquirido por Domitila de Castro Canto e Melo – a Marquesa de Santos – que exigiu que a Câmara permitisse a reconstrução do muro e a reinstalação do portão, alegando necessidade de segurança para a propriedade. Somente 15 anos depois a permissão foi concedida.

Depois da construção da ladeira do Carmo (atual avenida Rangel Pestana), em 1912, o Beco perdeu sua função de passagem definitivamente e hoje, patrimônio histórico e cultural da cidade, é um espaço que abriga artistas contemporâneos.


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Fonte: Casa da Imagem

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