Penha de França: o bairro mais antigo
A região era passagem obrigatória para os viajantes que iam para o Vale do Paraíba e Rio de Janeiro, dos tropeiros, das missões dos imperadores Pedro I e Pedro II, que lá se hospedaram em suas passagens.
O surgimento de um dos mais famosos templos religiosos brasileiros é explicado por uma antiga lenda: “segundo os antigos cronistas, um viajante francês seguia de Piratininga para o norte, levando em sua bagagem uma imagem de Nossa Senhora da Penha de França. Ao passar pelo morro chamado então Aricanduva parou para descansar. Ao continuar o trajeto no dia seguinte, notou a falta da santa. Voltou para procurá-la e foi encontrá-la no alto do morro de Aricanduva. Guardou a imagem no baú e prosseguiu viagem, mas, ao chegar no pouso seguinte, notou a falta da efígie, que foi encontrada novamente no local onde pousara. Este fato repetiu-se várias vezes e ele, vendo nisso a vontade do céu, ali plantou uma pequena ermida”.
Verdade ou não, o fato atraiu para o local, milhares de romeiros e peregrinos e o bairro foi crescendo. A igreja matriz, não comportando mais tanta gente, passou por diversas reformas e ampliações, até ser construído o grande templo, ambos tombados pelo patrimônio histórico. A basílica de Nossa Senhora da Penha destaca-se ao longe na paisagem, sendo visível para todos os que circulam pela região leste de Sampa.
A partir da década de 1970 a Penha cresceu muito e desordenadamente, dando lugar a favelas e a uma taxa baixa, em relação a restante do município, da renda média mensal familiar. Mas, poucas décadas antes, foi morada de uma parcela economicamente privilegiada da cidade. Ao mesmo tempo em que conta com poucas opções de cultura e lazer, possui um dos maiores centros comerciais da cidade, o que traz para suas ruas centrais moradores de muitos outros bairros da Zona Leste.
Hoje a Penha está bem diferente. Não tem mais os cinemas, nem as quermesses com roda gigante, nem mesmo a sua Fonte Luminosa. Mesmo assim, a sua trajetória tem marcado a vida e história desta cidade.
Por causa de tanto conteúdo histórico, pela necessidade de preservar e relembrar o passado do bairro, um grupo de idealizadores que faziam parte de um fórum de preservação do parimônio da Casa de Cultura da Penha, fundou o Memorial da Penha de França, em 2004, numa casa antiga de 1930, da família Folco.
O Memorial Penha de França não pretende ser um museu, mas sim um centro dpesquisas, possuindo um grande acervo digitalizado.
Nossa Senhora da Penha é considerada a padroeira da cidade de São Paulo e neste 8 de setembro o bairro comemorou seu aniversário.
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