A Era das ferrovias no Brasil
A
Era das ferrovias se inicia com a Revolução Industrial, no século XIX, quando
George Stephenson revolucionou a história dos transportes apresentando, em
1814, a Locomotion – primeira locomotiva a vapor. Não à toa, Stephenson é
considerado o inventor da locomotiva a vapor e construtor da primeira linha férrea pública de transporte de cargas e passageiros (chamado, ainda, de "pai dos caminhos-de-ferro). Esse primeiro percurso percorrido pela Locomotion foi de 15 km de extensão, a 20
km/h, entre as cidades inglesas de Stockton e Darlington. Entre as décadas de
1830 e 1840 houve uma expansão de 3 mil km de via férrea na Europa e de 5 mil
km nos Estados Unidos (dados do DNIT).
No Brasil, com o objetivo de interligar vários
estados do País, principalmente regiões próximas aos portos de Parati,
Angra dos Reis e de Santos, a construção de ferrovias foi autorizada na década de 1830 nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. No entanto, isso demandava altos investimentos e muito pouco retorno, não despertando o interesse de empresários. Assim, 20 anos depois, após sancionada lei garantindo isenções de tributos e garantia de lucro sobre o capital investido, Irineu Evangelista de Souza - o Barão de Mauá - recebeu a primeira concessão do governo imperial para explorar a primeira estrada de ferro brasileira.
O percurso dessa estrada de ferro - da Baía de Guanabara (Porto Mauá) à encosta da Serra da Estrela - foi percorrido pela locomotiva Baronesa , em homenagem a sua esposa, a partir de 30 de abril de 1854. No evento inauguração estava presente D.Pedro II que lhe concedeu o título de "Barão". Essa foi, também, a primeira integração intermodal do país, unindo ferrovia e transporte aquaviário.
A segunda ferrovia brasileira, Recife - São Francisco (1858), foi desenhada para chegar ao rio São Francisco. Embora nunca o tenha atingido, trouxe desenvolvimento para a cidades que cruzou. A Companhia Estrada de Ferro D.Pedro II, inaugurada em 1858, tinha pouco mais de 42 km, percorrendo o trajeto de Corte a Queimados, no Rio de Janeiro.
Outros trechos foram sendo construídos ao mesmo tempo em que cidades foram evoluindo com a chegada dos imigrante, com o aumento da lavoura do café e da cana-de-açúcar e com o desenvolvimento de pequenas indústrias. Em 1860, foi criada a Bahia-São Francisco e a Santos-Jundiaí (São Paulo Railway); e a Companhia Paulista em 1867.
Já no século XX, foi criada a Superintendência de Eletrificação da Central do Brasil, com o objetivo de implantar projetos de tração elétrica e a substituição de alguns trens a vapor.
Devido à crescente demanda pelos transportes sobre trilhos, provocada pela formação dos grandes conglomerados urbanos nas regiões metropolitanas, e à necessidade de prover a população de um melhor sistema de transportes, em 1957 foi criada a RFFSA - Rede Ferroviária Federal S.A., responsável pelo transporte de cargas e passageiros nas regiões Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do país. Em 1969, A RFFSA era composta de quatro sistemas regionais com sedes em Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo.
Sobre a RFFSA em São Paulo, aguarde a próxima postagem.
PS - Clicando no nome de George Stephenson abre-se um link que conta sua história. Vale muito a pena conferir.
PS - Clicando no nome de George Stephenson abre-se um link que conta sua história. Vale muito a pena conferir.
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