São João antes do Minhocão
São Paulo, anos 1930-1940. A rua Augusta só se
tornaria conhecida décadas mais tarde. O glamour residia em outro endereço:
avenida São João.
Poderia até ser chamada de a 5a Avenida
brasileira pelo grande número de salas de cinema, boas casas comerciais, belas
residências, além de redutos da boemia paulistana, acomodados nos seus cerca de 1.900 m de extensão
ligando o centro da cidade à Barra Funda.
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Av. São João, 1951 |
No final dos anos 1950 foi lançado o edifício
Lucena que, segundo o Estadão, tratava-se de “moderníssimos apartamentos em
plena Cinelândia”. Indícios de que a São João continuava sendo uma das regiões
mais valorizadas da cidade e local de uma vida cultural agitada, atraindo mais
e novos moradores para os seus arredores.
Av. São João, 1932 - Por: Antonio Aguillar/Estadão |
Nos dias de hoje, a São João é interrompida logo após seu início por um calçadão e pelo Boulevard do Anhangabaú, cruza a polêmica “Cracolândia” e tem seu
final obscurecido pelo elevado Costa e Silva. Sim, pelo Minhocão.
Alguns dizem que o glamour de seus dias foram
transferidos para outros pontos da cidade, conforme esta foi crescendo e
mudando seu perfil como, por exemplo, a rua Augusta e a avenida Paulista.
Na verdade, depois dos versos de “Sampa”, a São João - que no passado foi responsável pelo florescimento de
Santa Cecília e Higienópolis, bairros povoados pelos barões do café - sofreu com o
crescimento de Cerqueira César e, principalmente, com a construção do
Minhocão.
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Minhocão, 1970 - Por: Arquivo Estadão |
O Estadão noticiou: “Elevado, o triste fim da
avenida”, em que relata que mesmo antes da inauguração dessa via notava-se, nas
fachadas dos prédios da avenida, placas anunciando a venda de apartamentos.
O Minhocão foi
inaugurado em 25 de janeiro de 1971, como um presente do prefeito biônico Paulo Maluf, em apenas 11 meses de construção. Mas, esta já é outra história. Acompanhe os próximos capítulos.
Fonte: Estadão
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