"Onde se queimam livros..."

"Onde se queimam livros acabarão por se queimar pessoas"

Esta frase foi dita por Heinrich Heine, poeta alemão, no séc. XIX.
No século XX, o mundo assistiu estarrecido imagens da queima de livros patrocinadas pelas forças nazistas, no período mais conturbado da história alemã e também mundial.
Agora, no século XXI, São Paulo presencia, também estarrecida, cena semelhante: a queima de livros escolares na porta do Palácio do Governo.
Pelo que consta, não era nenhum grupo nazista, pelo menos assim constituído. Mas, uma parcela insignificante de professores - alguns daqueles para quem mandamos nossos filhos no intuito de receberem educação - que, em nome de "melhores salários", realizaram um ato político, retrógrado que envergonhou a cidade, o Estado e a Nação brasileira.
Não vão dizer que aquele ato não foi político. Foi sim reacionário, absurdo. Afinal, os livros produzidos pelo Estado utilizam verba do erário para serem confeccionados. O erário compreende os impostos originados de nossos salários.
Mais que isso, foi um ato covarde e ignorante de pessoas que se dizem educadores, mas que não querem se submeter à prova de mérito para merecerem seus salários ou progressão na carreira. Logo se vê o por quê, não?
Sou da opinião de que as pessoas que aparecem nas imagens deveriam ser identificadas e severamente punidas, pois estrapolaram seu direito democrático de protestar, violaram seu papel de servidores públicos, dilapidaram o patrimônio e mancharam a história de protestos verdadeiramente democráticos que marcaram este país nos seus períodos mais duros.
Assistam ao vídeo que encontrei no Blogs pela Democracia.
Infelizmente, qualquer semelhança NÃO é mera coincidência.


Comentários

René GB disse…
Buenas, quando um livro "nasce" ele transpõe os campos da imaginação para se tornar algo tangível. Ao conhecimento tácito, aquele que carregamos dentro de nós, é dado a oportunidade de fazer parte do mundo no qual é possível ver e ser visto; onde é possível criticar e ser criticado; onde é possível mudar a realidade. Não discuto aqui sua qualidade ou utilidade. Porém, interromper essa existência é um ato covarde. Ainda que mofando num armário úmido, esquecido e escuro há sempre a chance, mínima que seja, de algum dia ser redescoberto e de ocupar o lugar que mereça, mas ao ser destruído (queimado), destroem-se idéias, condenando-nos a viver um presente sem passado e sem futuro... É estarrecedor! Atos covardes como esses são uma afronta a toda humanidade, e mostram o quão longe ainda estamos de podermos nos considerar de fato uma civilização.

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