Trens e ferrovias em Sampa

Devido a minha nova atividade profissional, algo tem me chamado muito a atenção: trens e ferrovias. Desde criança, o transporte sobre trilhos me atrai.
Cruzar a avenida Celso Garcia, no Tatuapé, de bonde com minha família era algo raro e precioso para mim. Tenho vaga lembrança, pois era muito pequena, mas sentar-me nos bancos laterais, segurar fortemente nas traves desses bancos para não cair no balanço do veículo ficaram marcados em minha memória.
Marcados ficaram também a imagem dos tons marrons avermelhados de ripas de madeira envernizada, do bilheteiro que vinha com uma espécie de alicate picotar a passagem, segurando aquele monte de notas de dinheiro dobradas e entrelaçadas em seus dedos, que mais parecia um leque e com um boné redondo com abas de plástico.

Não sei o quanto dessas imagens foram mesmo por mim vivenciadas ou imaginadas com o passar do tempo. Mas isso era com os bondes. E os trens?
Um tio tinha um pequeno sítio em São João Novo (foto da estação ao lado), nos arredores de Itapevi, que para nós era somente acessível por trem. Era uma verdadeira festa ir aquele lugar, partindo de uma das estações de trens mais lindas do mundo, em minha opinião, a Estação da Luz.
Eu fui crescendo e os trens "diminuindo" ou se tornando quase que inacessíveis, visto o crescimento da cidade, o aumento da população e o pouco investimento nesse modal de transportes até poucas décadas atrás.
Na década de 1980 até início dos anos 90 ficaram famosos os "pingentes" ou "surfistas ferroviários". Muito precário, o transporte sobre trilhos na Capital acumulava uma série de problemas, baixíssimo investimento. Os vagões percorriam os trilhos com as portas abertas, a superlotação causava inúmeros acidentes e vítimas fatais, até que o sistema passou por uma transformação estrutural.
Antes de falar dos trens na Capital nos dias atuais, fui pesquisar como chegamos até aqui. No próximo post, um pouquinho da história de trens e locomotivas.

Comentários

Orlando Silveira disse…
Bela crônica, Dilze. Beijo.

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