Daslu, Daspu e agora Daspre: "a grife que liberta"

Todos já ouviram falar da Daslu, que começou em 1958 como uma pequena loja de propriedade de Lucia Piva de Albuquerque e que hoje é nome nas altas rodas da moda, vendendo grifes internacionais sob a batuta de Eliana Tranchesi. A Daslu também frequentou a mídia, não mais no campo da moda, mas nas páginas policiais com o processo movido pelo Ministério Público Federal para apurar esquema bilionário de importações fraudulentas para burlar o fisco.

Do outro lado, há a Daspu, esta carioca e que traz o lema "faz moda prá mudar", foi criada em 2005 por prostitutas ligadas à ONG Davida com o intuito de levantar recursos para projetos da organização. Seu estilo é definido por estampas, designs e frases inspirados no mundo da prostituição, com "um nome provocativo de quem não tem vergonha de dizer quem é e o que faz".


A mais nova grife, que acaba de comemorar um ano de existência é a Daspre. Sua linha de produtos envolve artesanato barato e de qualidade feitos por uma centena de mulheres presas que trabalham em oficinas de costura instaladas na Funap - Fundação de Amparo ao Preso (órgão governamental).

Daspre, ou "das presas" é um evidente trocadilho feito com o famoso magazine citado no início deste post.

A loja da Funap, Loja do Lado de Lá, emprega 15 mulheres que trabalham em regime de semiliberdade no seu ateliê experimental. As peças ali confeccionadas são produzidas em escala maior nas demais oficinas instaladas nas penitenciárias femininas dos bairros de Santana e Butantã, em Sampa, Tremembé e Franco da Rocha, no interior.
As presidiárias recebem R$ 400 por mês, remissão de pena (a cada 3 dias trabalhados desconta-se 1 dia de pena) e certificação de reconhecimento enquanto artesã fornecida pela Sutaco - Superintendência do Trabalho Artesanal da Comunidade.

Neste primeiro ano de existência, os produtos da loja renderam R$ 100 mil. O valor arrecadado foi revertido para o próprio projeto e a idéia é de se criar uma cooperativa em que as egressas possam continuar trabalhando para a Daspre.

Serviço:
Loja do Lado de Lá
Rua Dr. Vila Nova, 268
Próx. ao Mackenzie e Sesc Consolação
Aberta de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h

Comentários

Eulália disse…
É louvável o apoio que as presas estão tendo por parte do Governo. Acredito no trabalho como meio de recuperação da moral e da auto-estima dessas mulheres. Que elas tenham força para continuar esse projeto. E, nós, cidadãos, interessados na melhora da sociedade, podemos colaborar divulgando o trabalho delas.

Postagens mais visitadas deste blog

Penha de França: o bairro mais antigo

Cidade Compacta - o que é isso?

SP 2040, Visão e Plano de Longo Prazo para Sampa