Qual o futuro dos trólebus em Sampa?

O trólebus - ônibus que utiliza energia elétrica para tração ao invés de combustível - pode estar com seus dias contados na cidade. É o que está estampado no site da Câmara Municipal de São Paulo no dia de hoje. Isto porque o contrato existente entre a Prefeitura e a Eletropaulo está vencendo no final do ano. A Eletropaulo é a responsável pela manutenção da rede elétrica que alimenta os veículos.

O assunto é de tamanha envergadura que a Comissão de Transportes da Câmara Municipal está discutindo e estudando alternativas com representantes da SPTrans e do Consórcio Leste 4 que estiveram naquela Casa na semana passada, ambos interessados na manutenção do sistema por ser não poluente e mais silenciosos do que os ônibus movidos à diesel (que consomem o dobro de energia de um trólebus). A questão é que nenhum representante da Eletropaulo esteve presente ou mandou alguma manifestação sobre o assunto.

Vamos acompanhar para vermos que desfecho terá essa história.

Sobre Trólebus

O sistema começou a operar em 1949 na cidade, sendo o mais antigo do país. O primeiro protótipo 85% nacional foi construído pela Villares (a mesma dos elevadores) em 1958 e entregue à CMTC - Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos. Esse trólebus possuía o prefixo 6007.

Na década de 80, um programa nacional de investimentos possibilitou a ampliação do sistema de trólebus. Aqui na Capital, no Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara (da EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). No mesmo período foram adquiridos novos carros, reformados os antigos, ampliada a rede estrutural elétrica e a rede de vias pavimentadas.

Embora nos anos 90 tenha havido grande desisteresse por parte do empresariado do setor para investimento no sistema no país, a privatização da CMTC em 1993 possibilitou um novo fôlego, pois houve renovação e manutenção da frota entre 1994 e 1998.

No entanto, na gestão da prefeita Marta Suplicy os trólebus foram quase extintos, pois sua política de transporte público provocou a retirada de 300 veículos de circulação e a remoção de cerca de 40% da rede (fiação) aérea. Os empresários vencedores da licitação de transporte coletivo realizada na época não demonstraram nenhum interesse em investir no setor - e nenhuma postura pública os obrigou a isso.

Algumas vantagens desse tipo de veículo: é silencioso, não polui o meio ambiente (não produz fumaça) e é mais confortável para passageiros e motorista. Como desvantagens, podem ser apontadas: a fiação aérea da qual o trólebus depende para ser movido degrada o ambiente e não poder realizar ultrapassagem de outros trólebus.

Para isso, vários especialistas têm resposta, como por exemplo: postes arquitetonicamente construídos podem resolver o problema da poluição visual da rede aérea e corredores especiais podem dar cabo do problema de locomoção.

Segundo o Comitê de Trólebus da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP): "é justamente nesses corredores que os trólebus oferecem grandes vantagens. São mais velozes, proporcionam maior conforte, não poluem o entorno e são extremamente silenciosos, pois emitem som abaixo do ruído de fundo das vias de tráfego" (in Fundação Perseu Abramo).

Fotos: Ailton Florencia e Sergio Martine

Comentários

Ruy Acquaviva disse…
Acho um absurdo que o Expresso Tiradentes (antifo Fura-Fila)utilize ônibus a diesel, provocando poluição do ar e sonora, sendo que é um corredor de ônibus exclusivo de circuito fechado, ideal para operação com ônibus elétrico.

Outros corredores de ônibus na cidade podem até nem ser tão perfeitos para os trolebus como o Expresso Tiradentes, mas poderiam perfeitamente operar com tração elétrica, reduzindo a poluição do ar e o barulho na cidade.
Olá, eu sou o Rodrigo, tenho 29 anos e moro no Grajaú; eu tenho certeza que, infelizmente, 7 anos se passaram e os trólebus em geral, que operavam os bairros das zonas norte, sul e oeste, estão cada vez mais parados e até podres nas garagens das empresas. Até hoje a maioria dos trólebus só circulam os bairros das zonas central e leste e nos outros bairros em geral só circulam os ônibus movidos a óleo diesel normal e poluente; a grande parte da população está morrendo vítima de problemas respiratórios e os pulmões estão cheios de fumaça do óleo diesel. Por isso nós preferimos encher os nossos olhos de fios aéreos que se instalam nos postes aéreos do que encher os nossos pulmões de fumaça do óleo diesel que causa as graves doenças nos nossos pulmões, porém, os políticos, os governadores e os prefeitos não estão nem aí com essa providência que está sendo tomada por todas as pessoas devido as questões, as discussões e até as burocracias polêmicas e por isso até hoje esses projetos dos trólebus que circularão os 96 os bairros distritais e periféricos da cidade de São Paulo não saíram do papel. Nós estamos todos indignados com essa situação e queremos que os trólebus voltem a circular os bairros das zonas norte, sul e oeste e, além dos bairros das zonas central e leste, coloquem e implantem os trólebus nas linhas das empresas de ônibus 1 (verde claro), 2 (azul escuro), 3 (amarelo claro), 4 (vermelho claro), 5 (verde escuro) , 6 (azul claro), 7 (vermelho escuro), 8 (laranja) e 9 (cinza) em 96 bairros distritais e periféricos da cidade de São Paulo e também em todos os terminais de ônibus. Vamos todos cobrar dos políticos, dos governadores e dos prefeitos. Se a providência não for tomada com a urgência e nem sair do papel, todos nós ficaremos cada vez mais tristes com essa situação; mas, se ela for tomada com a urgência e sair do papel, aí sim que todos nós ficaremos alegres e gratos.

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