Em meio a uma cidade...

Cidade cálida e fria
Deste país és Rainha.
Rainha em beleza e riqueza luxuosa
Que tantos alimentas
E há outros tantos por tuas promessas enganados
A dor da saudadade de outras terras faz despertar.
Mas a ti,
Não podem abandonar!

Tuas ruas centrais
Hoje tão marginais
Ganham do tempo sutil corrosivo
De teu glamour luxento
De mil e novecentos
Todo o estandarte de tua arte.

Dia e noite se confundem.
E tal como o clima,
A vida ferve em tuas Avenidas.

O Samba, a Poesia e outras Passistas
Param e fazem parar,
Tendo o povo a aplaudir e comemorar,
Sem nunca parar e ainda mais a trabalhar.

Cantam e choram teus monumentos.
Dançam e declamam os congestionamentos.
Rezam suas igrejas e catedrais,
De tantas fés e credos
Como são as estrelas de teu Cruzeiro.

Saulo como Paulo
Reina em Majestade...
Covarde, Piedosa e Misericordiosa.

Santidade eleita
No Colégio iniciaste
Tua lição doce e amarga
De contrastes inerentes
Relevantes e perenes.

De cada história vivida em teus Teatros,
Comemoradas em tuas Avenidas,
Ignoradas nas ruas frias,
Lançadas nos jornais,
Lidas nos terminais,
Amarguradas ou comemoradas em teus carnavais.
Urbanos ou humanos carnavais?
Essa peça que encenamos
Terão os Santos escrito
Ou tua viva história construído?

Santos e Anjos.
Por eles andamos.
Na Catedral Central seu marco imortal,
Ou na Oca de teu Ibirapuera onde Índios
Um barco almejam
Em tua verde relva nesta
Selva de pedra.

Entre tuas filhas
Paulista, Madalena e Maria
Vestidas para o encontro enamorado
Com os eternos namorados
João, Ipiranga e Carrão.

Ou quem sabe teus filhos menos conhecidos
Esquecidos em significado de teus nomes dados
Habitados por gentis escravos
De vida e morte
A ti consagrados em sua Metrópole
São Paulo.

Terceiro trabalho sobre a cidade da poesista Cássia Gabriela Borges, 20 anos, encaminhado para o Coisas de Sampa . As outras duas poesias podem ser lidas neste Blog: Em 24 horas São Paulo e Catedral Metropolitana de São Paulo.