Mooca em Transformação

Hoje, no dia do seu 453º aniversário, volto a abordar o bairro da Mooca com um post que me foi enviado por Eduardo Odloak. Veja o que ele diz:

A grande União de açúcar e café está sendo demolida para deixar apenas como lembrança de uma era a sua chaminé.

Diferente de outras grandes cidades do mundo que surgiram às margens de mares e rios, a cidade de São Paulo se consolidou com a estrada de ferro. A cidade se mostrou cosmopolita e, diferente de muitas outras, recebeu imigrantes de braços abertos gerando um caldo de cultura extraordinário. Reduto da colônia italiana, a indústria, durante as primeiras décadas do século XX, viveu na Mooca seus anos dourados.

Hoje, os ventos mudaram e a orla ferroviária que atravessa desde o Brás até as cidades do ABC paulista tornaram-se uma sucessão de quadras urbanas ocupadas por galpões industriais, muitos deles obsoletos.

Por outro lado, na Mooca, onde há grande valorização dos imóveis da região decorrente da especulação do mercado imobiliário, surgem agora grandes empreendimentos residenciais. Mas, no entorno da avenida Henry Ford permanecem os galpões e a promessa de grandes transformações.

É ali que podemos pensar num grande projeto para nossa cidade. Carente de áreas específicas para lazer e cultura, a região pode abrigar grandes casas de shows e espetáculos. Há projeto de instalação de um grande shopping e, quando subprefeito, propus no Plano Diretor Estratégico que o terreno da Esso* fosse transformado um parque (ZEPAM - Zona Especial de Preservação Ambiental).

Aquela região possui mais de 1 milhão de metros quadrados e a possibilidade de abrigar projetos maravilhosos e bem planejados como Porto Madero, na Argentina e outros exemplos europeus.

É hora da população participar dessas discussões para que, em seu aniversário, a Mooca aponte para o caminho do desenvolvimento e seja o bairro do futuro. Quem sabe surja ali, onde hoje tem apenas galpões, a Broadway Paulistana!

Eduardo Odloak foi subprefeito da Mooca durante a gestão Serra

* Só para relembrar, esse terreno tem 97 mil m² e fica entre a zona industrial da orla férrea e a zona residencial. O terreno foi ocupado pela Esso nos anos 50 e duramente contaminado por combustível. Há uma ação de descontaminação (remediação) que pretende deixar a área dentro dos limites toleráveis após 2010. A idéia é tornar a área um grande parque - um bosque que sirva de bolsão verde para a região.

Fotos: União e terreno da Esso

Comentários

Eduardo disse…
Qdo subprefeito fiz uma vistoria no terreno da Esso. A CETESB dizia q estava quase descontaminado. Duas pessoas q me acompanhavam desmaiaram. Começamos uma luta pelo parque após a TOTAL descontaminação

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