Dia do Motociclista - 27 de Julho

"Você acorda no Domingo ás 6:00 da manhã, veste seu macacão, botas, luvas, capacete, liga a moto e sai em jejum as 6:20. Chega ao posto de gasolina (que fica a 100km de distância) às 7:00, na lanchonete, toma café da manhã enquanto espera seus amigos chegarem e se unirem à mesa. Às 7:30, ligam as motos e saem todos na mesma direção, mas sem direção.
A cada bifurcação, quem estiver na ponta do pelotão decide se vai para a esquerda ou direita, e todo o resto vai atrás. Rodam assim por 3 horas (ou 500 km, o que vier primeiro), e então param no primeiro restaurante à beira da estrada que houver e almoçam uma comida exótica que nunca mais poderão encontrar novamente.
Uma hora depois, partem de volta para casa, desta vez num ritmo mais lento, curtindo o visual de inicio da tarde, quando o sol está mais alto, e a cada saída da rodovia, um ou outro integrante do pelotão se despede com uma buzinada e vai em uma nova direção e, assim, o pelotão vai diminuindo até se extinguir.
Você chega em casa, retira a armadura, lava a moto, coloca a capa e, já no inicio da noite, se despede da máquina que te proporciona dias tão legais quanto o de hoje."
(Daniel Ribeiro em Motos Blog).


Esta é apenas uma de muitas histórias sobre motociclistas.
O verdadeiro motociclista é aquele que ama sua máquina, cuida muito bem dela, respeita todos os aspectos e exigências da legislação de trânsito, estimula e orienta quanto ao uso correto da motocicleta.

Muitas vezes não gostam de ser chamados de motoqueiros, embora etimologicamente tenha o mesmo significado de motociclistas. Isto porque, como dizem, motoqueiro faz completamente o inverso do que faz um autêntico motociclista. Mas será que há o que comemorar nesta data, nesta cidade?

Vejamos alguns dados: *
  • motocicletas poluem muito mais que ônibus e automóveis;
  • motoboys trabalham como loucos no trânsito desta cidade por serem remunerados por hora, muitas vezes sem contrato de trabalho adequado que lhes permita seguro de vida ou de saúde;
  • a maioria dos acidentes acontecem na ida e na volta ao trabalho. Em 2006, a CET revelou que 19,2% dos mortos em acidentes com motos eram motoboys, os mais de 80% restantes, usavam a moto para ida e volta ao trabalho, utilizando-a para fugir dos congestionamentos;
  • 12% da frota de veículos da Capital é formado por motocicletas;
  • há 1 morte para cada 600 motos em circulação;
  • 16% dos casos com vítimas guardam sequelas que causas invalidez temporária e 5% invalidez permanente;
  • 67% das vítimas não atingiu os 24 anos de idade (faixa etária dos motociclistas é de 18 a 24 anos);
  • 50% das ocorrências são de trauma facial denotando o uso inadequado do capacete;
  • 33% do total de acidentes foram causados por colisões com automóveis e 28% por quedas.

Podemos chegar à conclusão de que nada torna a motocicleta um transporte seguro nunca cidade como Sampa, nem mesmo a prudência. Muito a que ser feito para melhorar isso, como ações públicas no setor de transporte público, no trânsito, no cuidado com o meio ambiente, etc. Ampliar as faixas "cidadãs", as "exclusivas", alterar fluxos de tráfego, ... São muitas e complexas as coisas a serem feitas e a sociedade precisa estar atenta e atuante. Por isso, motociclista, faça de hoje um dia de reflexão do que se espera no futuro para esse setor.

* (Denatran, CET, Abraciclo e Fanabrave referentes a 2007 e 2008) - Foto: do Filme Easy Rider.

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