Catedral Metropolitana de São Paulo

A Catedral Metropolitana de São Paulo localiza-se na Praça da Sé, no centro de Sampa. É um dos cinco maiores templos góticos do mundo e originou-se como sede principal da paróquia de Nossa Senhora Assunção e São Paulo, em 10 de agosto de 1591.

Foi construída por iniciativa de D.Duarte Leopolo e Silva, 1º arcebispo de SP, com as obras iniciadas em 1913 no local da catedral colonial demolida. Após um longo período de deterioração, a catedral foi completamente renovada entre 1999 e 2002. Com o fim de reparar o edifício, muitos pináculos sobre a nave e as torres foram terminados. As plantas originais, de 1912, foram encontradas dentro do próprio edifício, permitindo uma restauração fiel ao projeto original.

A Catedral da Sé também tem sua importância na vida social e política do país.
Nos idos do regime militar assumiu o arcebispado D. Agnelo Rossi (1964-1970), inaugurando a fase da teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres.
Desde 1970, sobressaiu-se a figura do cardeal arcebispo D. Paulo Evaristo Arns, que dedicou todo o seu tempo e o seu esforço ao combate à ditadura, denunciando os crimes, as torturas e cedendo a catedral para as manifestações políticas e ecumênicas pelos desaparecidos políticos e pela anistia. Mobilizou-se por ocasião dos assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho.

Em março deste ano a Catedral recebeu iluminação especial em cor de rosa para alertar a sociedade sobre o drama de milhares de famílias que sofrem com o desaparecimento de crianças no país. Segundo a ABCD - Associação Brasileira de Busca e Defesa de Crianças Desaparecidas, no ano passado 1.500 crianças desapareceram somente na cidade de São Paulo, com a estimativa de que 20% não serão encontradas.

Isto demonstra que além de religioso, a Catedral continua sendo um marco para a mobilização da sociedade em assuntos de grande relevância.

(Fonte: Arquidiocese de SP e Folha de S.Paulo; Foto: Eduardo Anizelli-Folha Imagem)

Um poema à Catedral, escrito pela jovem poesista Cássia Gabriela Borges (*)

Tuas abóbadas, alicerces e imagens
Não cabe descrever.
De arquitetura solene.
Representada belamente
E personificada na religião
Sólida e crente
De uma nação soberana.

Representada de espanto
Em terreno tão santo
Que a única cruz de estrelas deste mundo
Representa teu canto
Verás Cruz!

Do hálito caústico que te apedreja
Respondes com mais beleza
Que o tempo não pode apagar
E apenas nos cabe contemplar!

Face magistral
Dessa cidade és Catedral
No abade dessa esperada vingança
Tu abres a Terra com forte esperança

Ladeada a tristeza e mazelas
Mostras o caminho
Contrastrando entre o purgátorio de espinhos
E o Paraíso que guardas em ti
Reflete em teus rebentos
A doce e clemente alegria de Dante.

Se tuas paredes são melancólicas
É que choram pelos que te rodeiam
Mas estas mesmas paredes
Clamam e vibram
Em tuas Missas e em cada prece
Em ti proferida.

Tantos anos por ti já passaram
E as marcas de teus encantos
No centro da cidade
De Catedral Paulistana
Em uma cidade paulatina
Não cansam de iluminar
E elevar as preces

Ainda que chores o dia te faz brilhar
Vibrando ruidosamente
Estas tuas velhas paredes
Que nem maculas ou o tempo
Podem enganar.
(*) Veja post anterior sobre esta poesista paulistana intitulado: Em 24 horas São Paulo.

Comentários

Claudia Varella disse…
Dilze, adoro estes posts com informações históricas!
Em um país católico como o nosso, as igrejas acabam virando pontos de convergência das pessoas, seja em momentos históricos ou festivos. Veja o movimento das Diretas, protestos mil, shows inesquecíveis!

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